O livro "A Fundação de Meridiana", o sexto dos dezoito Glifos Analisados , relata, como Araman e seus seguidores fugiram dos bárbaros do Leste Selvagem para fundarem Meridiana.
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A Fundação de Meridiana
Nós somos Carja. Em nós corre o sangue daqueles que, sob o comando de Araman, fugiram da perseguição. Viemos do Leste Selvagem distante, guardiões de um tesouro maior que a terra ou o metal: as Folhas dos Antigos.
Araman achou as Folhas em uma ruína, iluminadas por um raio solar, e imediatamente percebeu que eram importantes. Nelas, estavam gravados os primeiros ensinamentos de como observar o Sol, para reconhecer suas direções e compreender o lugar do homem. A partir das Folhas, vieram os primeiros glifos, a primeira escrita, para que nossos conhecimentos durassem mais do que nossa vozes.
Mas quando nossos ancestrais ofereceram compartilhar esta dádiva, foram rechaçados por aqueles que outrora chamaram de tribo, pois estes temiam que a ignorância deles fosse exposta sob a luz do conhecimento, ou por inveja desse poder. E assim teve início a longa peregrinação de nosso povo, que confiava apenas que o Sol os guiasse para longe das tribos de bárbaros.
O caminho foi árduo e marcado pelas lápides de famílias que sucumbiram ao longo da trajetória, até mesmo a de Araman. A perseguição era incessante, partindo daqueles que não tinham propósito, apenas o desejo de humilhar e destruir. Mas a fé dos Carja foi recompensada com uma visão distante: uma torre que se erguia no horizonte, como um raio sólido de Sol, resplandecente!
Mesmo com os inimigos no encalço, Araman segui o voo dos Falquinos, guiando seu povo por avultantes desfiladeiros e densas selvas. Novamente, ele viu a torre, que agora estava tão perto que parecia tocar o Sol, e eles viram que os Falquinos pousavam sobre ela.
Contemplada sob a luz solar, a torre (o Ápice) lançava sua longa sombra sobre um planalto que se espalhava pelo verdejante vale. Araman soube que havia encontrado um refúgio para a tribo, pois esse era um lugar evitado por aqueles que não compartilhavam de sua fé, que tremiam diante da grandeza do Ápice ou das reluzentes penas dos Falquinos.
Ele chamou o lugar de MERIDIANA, nome presente nas Folhas, e a tribo se estabeleceu ali, sob a proteção do grande planalto. Eles descobriram que o local era abençoado de todas as formas. Puderam construir as casas no alto com os abundantes recursos locais e, posteriormente, com a rocha vermelha do planalto, coroando-o com as primeiras colunas da Cidade do Sol.
De fato, o Sol foi muito generoso com os descendentes de nossos ancestrais, proporcionando grandes colheitas e prosperidade em Meridiana. O território do Solar ia até onde a luz solar tocava. Com o tempo, outros estrangeiros perceberam que Meridiana estava protegida contra as conspirações e flechas trevosas dos inimigos, e assim trouxeram comércio e tributos.
Sagrada Meridiana! Sem o Ápice e o Sol, não haveria Meridiana, mas agora e para sempre ela se ergue como um monumento a ambos. E a glória de Araman e dos fundadores se reflete renovada em cada Rei Sol dos Resplendorosos e nas famílias nobres da Corte do Sol.